19 setembro 2017

campanha eleitoral na Alemanha - um vídeo de "die Partei"


"Não faças merda com a tua cruz!"


"Die Partei" ("o partido") é um não partido, surgido a partir da revista satírica Titanic, que usa as campanhas eleitorais para parodiar e criticar o processo democrático. Opta deliberadamente por temas populistas, afirmando que faz como os outros partidos: para ganhar votos, diz o que o eleitorado quer ouvir. E acrescenta: se isso ajudar a retirar votos à AfD, tanto melhor.
Fica (quase) sempre muito longe dos votos necessários para entrar nos parlamentos, mas vai agitando o ambiente, dando que rir a uma certa faixa etária, e dando que pensar a alguns.
O seu presidente, Martin Sonneborn, conseguiu ser eleito para o parlamento europeu. Não tenho a certeza que o parlamento europeu estivesse a precisar de um satírico no lugar de deputado...

Um dos vídeos que está a passar na actual campanha eleitoral lembra, a brincar, algo realmente grave: o risco de a abstenção dar muita mais força à AfD.



Tradução:

Olá, chamo-me Nico Semsrott, e este é o meu lugar.
Sou treinador de desmotivação, e por isso candidato-me pelo partido Die Partei. A Alemanha está a ser dominada por um grupo sobre o qual nenhum partido fala: os que não votam.
O parlamento actual tem este aspecto [primeiro gráfico, 0:20]
E este é o seu aspecto se contarmos com os absentistas [segundo gráfico, 0:23]
Se os absentistas tivessem representação no parlamento, teriam mais deputados que o CDU. Na Alemanha, há quase 18 milhões de pessoas que não vão votar. No entanto, desde a segunda guerra mundial perderam sempre a oportunidade de tomar lugar no parlamento. Um escândalo. Die Partei é o único partido que pode representar de forma fidedigna os interesses de quem não vota.
Caros absentistas: se vos é indiferente quem se senta no parlamento, não acham que era engraçado serem representados por alguém que não se interessa por aquele lugar?
[gráfico, 1:01] Quantos mais absentistas votarem em Die Partei, maior é a participação nas eleições, e por isso maior é a probabilidade de a AfD e o FDP não conseguirem entrar no parlamento. Com alguma sorte, até o SPD.
Se não conseguirmos alcançar este objectivo, demito-me. Nem que para isso tenha de me erguer.
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Também pensei criar um movimento, mas sou contra o movimento.


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